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PSICOPATAS NO PODER

“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro”, Friedrich Nietzsche.

PSICOPATAS NO PODER
Nilton C. Tristão - Cientista Político

PSICOPATAS NO PODER


“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro”, Friedrich Nietzsche. Estamos experienciando o reacender da busca pela construção imaginária de sociedades perfeitas, iniciativa imbuída de abordagem alicerçada no darwinismo social que procura cindir o exercício da governança com quaisquer vestígios de sentimentos de intropatia, gestos de solidariedade e princípios que enalteçam a dignidade humana, em outros termos, a refundação da missão imperialista de raça superior portadora do cajado da seleção natural. Na prática, a imposição desavergonhada da vontade dos fortes sobre os fracos, através do imperativo da força descomedida. Circunstância derivada das convicções de indivíduos que chegaram ao comando de nações exteriorizando distúrbios emocionais e concepção repulsiva das conquistas estimuladas pelos ideais iluministas. Além disso, apresentam deslocamentos de qualquer vocação popular ou compromisso com a coisa pública. ”O jogo deles se baseia no poder e autopromoção à custa dos outros... são capazes de atropelar tudo e todos com total egocentrismo e indiferença... são desprovidos de culpa ou remorso”, Ana Beatriz Barbosa Silva. Ou seja, extravagantes que aportaram no cenário eleitoral com a mesma autopercepção heroica daqueles que assumem a missão divina de resgatar a grandeza perdida de tempos imemoriais. Nesse contexto, considero importante enumerarmos os Transtornos de Personalidade Antissocial (TPA): 1) ausência de empatia; 2) tendência a enganar, mentir e explorar; 3) visão grandiosa de si; 4) ansiedade crônica; 5) desapego diante do sofrimento alheio; 6) superficialidade afetiva; 7) violação de normas sociais e leis; 8) irritabilidade e agressividade; 9) inclinação a culpar os outros pelos próprios descaminhos; 10) dificuldade em manter relações positivas com pontos de vistas discordantes. Essas são as características que constituem o perfil de inúmeros candidatos que vem colhendo sucessos sufragistas na última década, tanto no Brasil, como em diversas partes do globo. Sendo que o caso de maior representatividade dessa patologia, trata-se de Donald Trump, presidente do país mais poderoso da terra que evidencia os seguintes traços psicopáticos: 1) grandiosidade na imagem de autoimportância; 2) fantasia de sucesso ilimitado; 3) crença de ser único e superior; 4) exploração de outros em benefício particular; 5) desprezo com as demandas de outrem; 6) atitude arrogante. “Nesse mandato, Trump tem priorizado um critério fundamental: lealdade absoluta e inquestionável”, Fernanda Magnotta. Indicativo de Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN), presente no homem que detém a possibilidade de interferir nos desígnios da humanidade. Contudo, como desgraça pouca é bobagem, atualmente, espalham-se pelo planeta muitos Mini-Me de Donald, admiradores e portadores das idênticas disfunções, dispostos a reescrever a história mediante os efeitos do Transtorno de Personalidade Paranoide (TPP). Elemento que ativa a motivação para perpetrar a centralização do establishment, consagrar as perseguições de adversários e impor o controle da informação. Concomitantemente, impulsionando teorias conspiratórias para justificar essas medidas despóticas, mas principalmente, engajando-se em diplomacia externa agressiva, por crerem na eminência de ataques sorrateiros. Em outras palavras, “Estado como espaço fundamental ao debate público racional e democrático, no qual as decisões são tomadas com base no consenso deliberativo”, Jürgen Habermas, desaba perante nossos olhos. O mundo encontra-se perigosamente ameaçado pela ascensão do Tanatos freudiano, carregado da pulsão de morte. Em síntese, inicia-se outra batalha derradeira entre Eros (civilidade e vida) e Tanatos (sadismo e violência).

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