
TENDÊNCIA ELEITORAL PARA O FIM DOS TEMPOS
Entre as características que costumavam impactar as disputas pelo voto popular sob a égide do espírito democrático, estavam as abordagens concretas de cunho objetivo, campo onde as discussões versavam sobre temas linkados a saúde, educação, mobilidade urbana, desenvolvimento econômico, fortalecimento dos mecanismos de transparência governamental, equidade e justiça social, entre outros. Todavia, na última década foram resgatados elementos consubstanciados em argumentos mágicos, inseridos em percepções rudimentares de mundo com contornos opacos, tribais e primitivos. Nesse contexto, os limites estabelecidos pelo pensamento racional perderam prevalência e abriram caminho à ativação sensorial típica do gênero neanderthalensis, mecanismo que remodela o princípio das escolhas cognitivas e inferência ao sentido das coisas, baseada em reconexões com padrões neurobiológicos primordiais, próprios de nossos ancestrais que vivam em cavernas. Ou seja, em pleno século XXI, presenciamos o ressurgimento de eleitores conectados ao universo fantástico e incorporados ao comportamento linguístico alinhando à energia pré-verbal.